Agir na fé

Mt 17,14-20 

Naquele tempo, chegando Jesus e seus discípulos junto da multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se e disse: “Senhor, tem piedade de meu filho. Ele é epiléptico, e sofre ataques tão fortes que muitas vezes cai no fogo ou na água. Levei-o aos teus discípulos, mas eles não conseguiram curá-lo!” Jesus respondeu: “Ó gente sem fé e perversa! Até quando deverei ficar convosco? Até quando vos suportarei? Trazei aqui o menino”.

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Não vos esqueçais das obras do Senhor

 

Dt 4,32-40  

Moisés falou ao povo dizendo: Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra e investiga de um extremo a outro dos céus, se houve jamais um acontecimento tão grande, ou se ouviu algo semelhante. Existe, porventura, algum povo que tenha ouvido a voz de Deus falando-lhe do meio do fogo, como tu ouviste, e tenha permanecido vivo? Ou terá vindo algum Deus escolher para si um povo entre as nações, por meio de provações, de sinais e prodígios, por meio de combates, com mão forte e braço estendido, e por meio de grandes terrores, como tudo o que por ti o Senhor vosso Deus fez no Egito, diante de teus próprios olhos?

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O fim dos tempos

Lc 21,9-19  

Evangelho da memória de São Cornélio e Cipriano segundo o lecionário tradicional 

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Quando ouvirdes falar de guerras e de sedições, não vos assusteis. É necessário que estas coisas aconteçam primeiro; mas não virá logo o fim. E então dizia-lhes: Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos em vários lugares, pestes e fomes, e também coisas espantosas e no céu grandes sinais.

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Festa do Apóstolo São Thiago | O serviço é a verdadeira grandeza

Mt 20,20-28 

Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. Jesus perguntou: “O que tu queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”.

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Seguir o impulso da graça

 

Mt 13,10-17 

Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”. 

 

Ao ler o evangelho de hoje, talvez nos seja difícil compreender o significado de “ao que tem, mais lhe será dado; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”. No entanto, podemos compreender estas palavras quando as relacionamos com o amor. 

 

O mistério do amor reside no fato de este crescer na medida em que lhe damos espaço e o colocamos em prática, diminuindo quando não respondemos aos seus apelos. Da mesma forma, o coração enche-se cada vez mais do Espírito Santo quando seguimos os impulsos da graça, ao passo que se esfria e fecha quando lhes resistimos ou os ignoramos. Neste último caso, em vez de aumentarmos a capacidade de amar e de cumprir a vontade de Deus, tudo se torna pesado e custa-nos fazer esforços para obedecer concretamente ao Senhor. 

 

Este esfriamento pode chegar ao ponto de deixarmos de nos interessar pelo que Deus quer de nós e ficarmos apenas presos aos nossos próprios interesses. Isto pode acontecer facilmente quando um religioso abandona a sua vocação. Pode chegar a um grau de indiferença tal que o fogo que o chamou a consagrar-se totalmente ao Senhor se apague ou se reduza a uma pequena chama. 

 

Por isso, é tão importante não descuidar o nosso caminho de seguimento de Cristo, fortalecendo-nos constantemente através da oração, da recepção dos sacramentos, do estudo da Palavra de Deus e das boas obras. Se o fizermos, o nosso amor crescerá e Deus acrescentará cada vez mais. Em outras palavras, o amor de Deus poderá manifestar-se plenamente em nós e a medida do nosso amor poderá crescer, ultrapassando em muito a nossa capacidade humana. 

 

Concretamente, no Evangelho de hoje é feita alusão ao povo de Israel. Jesus dirige-se a este povo, que recebeu tanto de Deus. Escolhido e abençoado entre todos os povos, desde antes da vinda do Messias, Israel foi ainda mais abençoado com a vinda de Jesus, o Filho de Deus. No entanto, como o evangelho testemunha, foram poucos os que se mostraram disponíveis para acolher esta enorme graça. O coração do povo estava endurecido, certamente já antes da vinda do Senhor. A profecia de Isaías que Jesus cita fala de um coração embotado e de ouvidos duros (cf. Is 6, 10). Isso aponta para um progressivo endurecimento do coração! 

 

Como poderíamos aplicar estas palavras à realidade atual? Um exemplo deste endurecimento é a descristianização que se está a espalhar rapidamente por muitas nações. Quanto mais o pecado se prolifera e menos os mandamentos de Deus são observados, mais os corações se tornam duros à mensagem do Evangelho, mais os ouvidos se fecham e menos os olhos espirituais enxergam, até se chegar à cegueira espiritual. A luz da fé vai-se apagando e, no seu lugar, surge o espírito da confusão. Pensemos, por exemplo, nas teorias absurdas da ideologia de género, que está a ser incluída na agenda política de muitos Estados. É tão absurda que qualquer pessoa sensata deveria questionar como é possível sequer considerar tal loucura. No entanto, a cegueira é tal que já não se percebe o absurdo desta ideologia. 

 

Quão infinitamente valiosa é, em contrapartida, a luz da fé! Ela permite-nos ouvir e ver, e concede-nos o espírito de discernimento: o que vem de Deus e o que não vem Dele? Onde está a verdade e onde está o erro? Talvez não tenhamos plena consciência da enorme graça que é viver nesta luz. Esforcemo-nos dia a dia para que essa luz não se apague em nós e para podermos ajudar os outros a encontrar Aquele que disse de si mesmo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8, 12). 

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