Tanto no Rito Tradicional como no Novus Ordo, a leitura de hoje proclama esta passagem do Profeta Isaías sobre a Palavra de Deus:
“Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca, não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (Is 55,10-11).
“Se eu soubesse antes o que sei agora, que o pequeno palácio de minha alma abriga um Rei tão grande, não o teria deixado sozinho nele com tanta frequência”. (Santa Teresa de Ávila).
Santa Teresa chega a uma conclusão essencial, à qual também devemos obedecer sem demora. De fato, essa realidade se aplica a toda alma em estado de graça. A Santíssima Trindade habita nela e a torna Seu Templo. Se aceitarmos o convite constante do grande Rei, Sua habitação se tornará uma fonte constante de vida dentro de nós. Nas profundezas de nossa alma, ouviremos atentamente nosso Pai, dialogaremos com Ele, cultivaremos o amor…
“Deus não diz: ‘Dê-me um coração como o dos anjos’; Ele diz: ‘Dê-me seu coração’. O que Ele quer é seu próprio coração; entregue-o a Ele como ele é. Ele não pede mais do que aquilo que somos e temos”. (São Francisco de Sales).
A leitura que hoje é lida na Missa Tradicional (Ez 34,11-16) é precedida pela acusação do Senhor aos pastores de Israel: “Por falta de pastor, dispersaram-se minhas ovelhas, e em sua dispersão foram expostas a tornarem-se presa de todas as feras” (v. 5). Não restaram pastores para cuidar do rebanho. Aqueles que haviam sido designados, apenas se fartavam eles próprios (v. 8).
Entre as várias adversidades e ataques que enfrentamos em nosso caminhar, é conveniente que, neste santo itinerário, levemos em consideração especificamente as ciladas do diabo. O Evangelho de hoje as descreve com as tentações de Jesus no deserto (Mt 4,1-11).
Ele procede sistematicamente na sedução do homem. Se serve da inteligência que Deus lhe deu para enganar o homem e torná-lo dependente dele.
“O sofrimento, considerado em si mesmo, é uma coisa terrível. Mas quando o vemos na vontade de Deus, ele se torna amor e gentileza”. (São Francisco de Sales).
Aceitar o sofrimento como algo que vem das mãos de nosso Pai é uma das lições mais difíceis de aprender em nossa jornada de seguir a Cristo. Não é de surpreender que seja assim, já que o sofrimento e a morte são consequências do pecado original e da perda do Paraíso. Ele permanece estranho para nós e, em si mesmo, o sofrimento é algo terrível, como nos diz nosso atual companheiro de jornada, São Francisco de Sales.
“Eu também gostaria que seus superiores permitissem que você usasse seu tempo livre para falar comigo e que você pudesse dedicar meia hora por dia para me confortar e me amar”. (Mensagem de Deus Pai à irmã Eugênia Ravasio).
Essas palavras que o Pai dirige à irmã Eugenia se estendem a todos os homens. O Pai quer que dediquemos um tempo exclusivamente reservado a Ele, para cultivar uma amizade íntima com Ele.
