Meditações sobre o Espírito Santo (3/14): “A Mansidão”

Amado Espírito Santo, doce hóspede da alma,

infundi em nós o espírito de mansidão;

aquele espírito que permeia tudo,

que transforma o coração e o torna dócil,

que o purifica de toda dureza,

que é tão suave e doce como Vossa Amada Noiva, nossa Mãe Maria.

 

“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!” (Mt 5,5)

Em vez de nos forçar, Vós, Espírito Santo, nos seduzis com Vosso amor.

Vós preferis dar-nos a saborear vosso amor como mel, em vez de oferecer-nos ervas amargas, embora às vezes as merecêssemos.

Para vosso amigo, o profeta Elias, manifestastes-vos como uma brisa suave, enquanto ele pensava que estava encontrando-vos na tempestade. E uma vez que percebeu vossa afável presença, ele cobriu seu rosto (cf. 1 Re 19,11-13).

É preciso coragem para ser manso! De fato, a mansidão não significa sentir-se desamparado e exposto, nem ser covarde e evitar todo confronto. Essa não é a verdadeira mansidão! Ela é firme no seu interior e está enraizada na verdade. Portanto, não precisa recorrer à violência.

Em poucas palavras, a mansidão é como Vós, amado Espírito Santo; ela faz parte de Vosso ser, pois Vós também não exerceis violência ao guiar as almas. Em Vossa infinita bondade, Vós infundis a verdade dentro de nós. Convosco, o amor e a verdade selam uma aliança indissolúvel: o amor transmite suavemente a verdade, e a verdade consolida o amor.

Nós fomos criados tanto para o amor quanto para a verdade e, no fundo, somos receptivos a ambos. Mas muitas vezes entendemos mal o verdadeiro amor e a verdade nos parece dura, de modo que a imagem de nosso Pai fica distorcida. No entanto, Ele nos ama tão ternamente! É precisamente a mansidão que nos permite reconhecê-lo como Ele realmente é e compreendê-lo à vossa luz, ó Espírito Santo.

Então, lancemos juntos mãos à obra, não tensos, mas vigilantes. Oferecemos-Vos nosso coração com toda a dureza que ainda resta nele, com todos os seus abismos escuros, com todos os bloqueios e ressentimentos que ainda podemos ter para com outras pessoas.

Vós simplesmente derramais vosso amor em nosso coração, e onde este amor encontra obstáculos, Vós bateis à porta e chamais insistentemente para que vos deixemos entrar. Então Vós começais a derrubar camada por camada, e derreteis o gelo ao redor de nosso coração, porque Vós sois o amor entre o Pai e o Filho. E onde o gelo derrete, abre-se espaço para que o sol da salvação resplandeça continuamente. A “era do gelo” em nosso coração chega ao fim!

E se isso pode acontecer em mim, por que não deveria ser possível também em outros? Talvez quando eu tiver me tornado mais manso, possa melhor ajudar a conquistar a terra para Vós (cf. Mt 5,4).

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