Obs.: Faremos hoje a meditação correspondente à quarta-feira da 1ª. Semana do Advento ao invés da Festa do Apóstolo André. Se alguém desejar escutar uma meditação em espanhol desta Festa poderá encontrá-la no seguinte link: http://es.elijamission.net/como-creeran-sin-que-se-les-predique-2/
Is 25,6-10a
Naqueles dias o Senhor dos exércitos preparou para todos os povos, nesse monte, um banquete de carnes gordas, um festim de vinhos velhos, de carnes gordas e medulosas, de vinhos velhos purificados. Nesse monte tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre todas as nações, e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu povo, porque o Senhor o disse. Naquele dia, dirão: “Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Congratulemo-nos, rejubilemo-nos por seu socorro, porque a mão do Senhor repousa neste monte.”
Com Sua vinda ao mundo e através de todas as obras de salvação, o Senhor rasgou o véu que velava todos os povos e o manto que recobria as nações. A luz do evangelho tem chegado aos confins da terra e o Espírito Santo tem conduzido muitos homens ao conhecimento da verdade. Temos acesso aberto a Deus! Todos nós podemos nos acercar de Jesus e chegar ao Pai através Dele. Deus cumpriu as promessas ao enviar Seu Filho e esta “hora de graça” ainda está em vigor! O caminho da salvação é oferecido a todos! O véu foi removido. O banquete está pronto. A mesa do Senhor está posta com abundância.
Mas a promessa que ouvimos na leitura de hoje ainda não foi cumprida inteiramente… Aguardamos ansiosamente por algo que ainda está pendente. São raras as vezes quando sabemos com clareza como e de que forma Deus cumprirá suas promessas plenamente. De modo geral, não sabemos exatamente o que Ele quer dizer quando fala, por exemplo, de um “banquete para todos os homens”. Há certas coisas que só serão compreendidas no momento em que forem cumpridas. Mas podemos nos manter firmes na fé de que o que foi predito será concretizado de fato, fazendo assim a nossa parte para que estas promessas se cumpram. Não se trata, portanto, de uma espera meramente passiva, mas de cooperar com a obra do Senhor para que o Espírito Santo possa conduzir todos os povos à fé e os homens tomem consciência da realidade da Ressurreição de Cristo, que venceu a morte.
Esta atitude de fé firme é importante para nosso caminho de seguimento de Cristo, precisamente quando reconhecemos a pecaminosidade e a imperfeição na vida dos povos e em nossa própria vida. As palavras e as promessas do Senhor são mais fortes do que todos os poderes de destruição! Quando somos confrontados às vezes com as circunstâncias mais difíceis da vida, ou percebemos a situação crítica em que o mundo e a Igreja se encontram neste momento, palavras como as que ouvimos na leitura de hoje podem parecer muito distantes da realidade. Mas é aí que somos chamados à fé, que se abandona à Palavra do Senhor e se agarra a Ele até na escuridão!
O mesmo se aplica à situação pela qual a nossa santa Igreja atravessa. Deve ser encarada da maneira correta. Se alguém tem olhos para ver poderá observar seu estado enfraquecido em muitos níveis. Se alguém simplesmente fecha os olhos a esta realidade e justifica tudo o que está errado com um otimismo meramente humano, não está enfrentando a situação a partir da fé – nem tampouco alguém que se afunda no desespero.
A fé nos assegura que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (cf. Mt 16,18). A isso nos agarramos! A esperança se torna realidade a partir desta palavra do Senhor. Isto não significa que o mal não possa entrar na Igreja, mas sim que não poderá destruí-la. A fé também nos ensina que o Senhor se vale de tudo para o bem dos seus (cf. Rm 8,28) e que a Ressurreição vem depois da Paixão e Crucificação. Isto também conta para a Igreja.
Desta forma, o texto do profeta Isaías que ouvimos hoje torna-se um convite para colocarmos – sempre e a todo momento – a nossa esperança no Senhor e em sua Palavra. Ao mesmo tempo devemos reconhecer como Deus cumpre as suas promessas. Assim, somos tocados por Sua luz e começamos a enxergar com os olhos da fé. As múltiplas vicissitudes e dificuldades da vida não podem mais nos confundir e nos agarramos às promessas de Deus com fé firme e inabalável, nos ancorando na certeza de no final Ele fará com que tudo termine bem.