O CAMINHO DO ADVENTO | Dia 17: “Óleo para as lâmpadas”

Na última meditação, falamos sobre a vigilância como atitude básica dos fiéis que aguardam o Regresso do Senhor, uma vigilância que nos desperta da sonolência generalizada e nos mantém atentos à Sua vinda iminente, bem como aos sinais que a antecederão.

Como surge esta sonolência e o que podemos fazer para a superar? Como podemos viver totalmente centrados no Senhor que regressa? Como podemos manter a atitude de vigilância mesmo quando o Senhor parece demorar a vir?

No capítulo 25 do Evangelho segundo São Mateus, o Senhor indica-nos dois elementos que promovem a nossa vigilância.

Em primeiro lugar, conta-nos a parábola das dez virgens que esperam a chegada do noivo (Mt 25, 1-13). Na verdade, apenas cinco delas estão suficientemente preparadas para uma longa espera. Quando o noivo finalmente chega, as cinco virgens prudentes têm óleo suficiente para as suas lâmpadas, ao passo que as outras cinco não trouxeram reserva.

Mas, afinal, em que consiste esse óleo? A resposta é evidente se lermos o que se segue à parábola das virgens. O Senhor fala-nos das boas obras que devemos realizar e da forma como devemos usar os talentos que Deus nos confiou para o Seu Reino.

Através das boas obras, acumulamos tesouros no Céu (cf. Mt 6, 20), bem como a gratidão e a amizade das pessoas. Quanto mais nos deixarmos levar pelo bem, mais o nosso coração se despertará para o amor. De facto, esta é a atitude expectante da esposa. O seu amor pelo Esposo mantém-na desperta e faz com que guarde óleo suficiente para estar preparada para a Sua chegada no momento decisivo.

O amor ativo de que se fala aqui, tal como todo o amor verdadeiro, tende a crescer. Ele torna-nos mais fervorosos, pois toda a boa ação que praticamos — que provém daquele que é bom (cf. Mc 10, 18) — molda a nossa alma de tal forma que se torna natural fazer o bem.

O oposto acontece quando desperdiçamos as oportunidades que nos são dadas para amar o próximo. Quanto mais vezes as deixamos passar, mais preguiçosos nos tornamos e mais difícil nos é fazer o bem. Neste caso, o amor não cresce, mas diminui e pode até esfriar.

Mais adiante neste mesmo capítulo do Evangelho segundo São Mateus, o Senhor revela-nos outra dimensão. A caridade ativa é um serviço a Jesus, que está presente nos pobres e necessitados: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40).

No que se refere ao uso dos talentos que nos foram confiados para o Reino de Deus, trata-se, em última análise, de crescer no amor. O amor é criativo! Ele descobrirá, repetidas vezes, novas formas de servir o Senhor e os homens e é precisamente o desdobramento do amor que o aumenta, como o Senhor nos faz entender na parábola dos talentos:

“Chegou aquele que havia recebido cinco talentos e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, vós me deste cinco talentos; eis outros cinco que ganhei’. O seu senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel no pouco, colocarei-te à frente de muito. Entra na alegria do teu senhor'”. E concluiu a parábola com estas palavras: “Porque a todo aquele que tem, mais lhe será dado, e terá em abundância”  (Mt 25,20-21.29).

Se continuarmos a perguntar-nos como poderemos guardar óleo suficiente para as nossas lâmpadas, chegaremos sempre ao mesmo ponto: trata-se de crescer no amor, acolhendo o amor divino de Nosso Senhor através da contemplação e aplicando-o concretamente nas diversas tarefas que nos foram confiadas na nossa vida terrena. O amor nunca deve esfriar, é o nosso princípio de vida! “No crepúsculo da nossa vida, seremos julgados pelo amor”, diz-nos São João da Cruz. E Santo Agostinho exclama: “Ame e faça o que quiser”.

De fato, o amor é o dom supremo, como São Paulo exclama no seu “Hino à Caridade” (1Cor 13). O amor alimenta-se tanto do “receber” como do “dar”. O amor é a motivação pela qual Deus nos criou, nos redimiu e nos levará à perfeição. Por isso, devemos procurá-lo constantemente e reger-nos por este critério: o que me diz o amor que devo fazer? O que é que o amor quer de mim? A caridade deve exercer o seu suave domínio sobre nós como uma rainha. Claro que deve ser um amor verdadeiro! Somente a ele se aplica a máxima de Santo Agostinho: “Ame e faça o que quiser”.

O amor derramado nos nossos corações é o Espírito Santo (cf. Rm 5, 5), o amor entre o Pai e o Filho. Portanto, podemos concluir que, quanto mais seguirmos a voz do Espírito Santo e entregarmos as rédeas da nossa vida a Ele, mais amor teremos. Desta forma, o amor crescerá em nós e estaremos preparados para estar vigilantes e ir ao encontro do Senhor que vem.

______________________________________________________

 Meditação sobre a leitura do dia: https://es.elijamission.net/el-remanente-santo/

Baixar PDF