Mt 7,21-27
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, vieram as enchentes e os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”
Hoje o Senhor deixa claro para nós o que Ele quer de nós: não basta invocar Seu nome, não basta fazer milagres em Seu nome! Pode haver muitas pessoas que invocam o Nome de Jesus e têm um relacionamento emocional com o Senhor, mas não seguem Suas orientações. “Se vocês me amam, guardarão os meus mandamentos”, diz Jesus (Jo 14,15). Fé e obras; confessar Jesus como Senhor e agir de acordo com essa fé; essas duas coisas andam de mãos dadas. Sem a decisão de guardar os mandamentos de Deus, a vida de graça que Ele nos oferece não pode crescer e frutificar em nós, e assim nos perderemos.
Vale a pena observar que também devemos tomar cuidado para não cair no extremo oposto, acreditando que somente as obras contam e que não é importante professar a fé em Deus. Isso seria um erro com graves consequências, pois nossas obras devem glorificar a Deus e tornar Seu nome conhecido.
Ao ouvirmos essas palavras de advertência de Jesus, percebemos a grande tarefa que nos foi confiada: aceitar sua Palavra o mais profundamente possível, de modo que nossa vontade seja completamente submetida à orientação do Espírito Santo. Nesse sentido, devemos estar cientes da fraqueza de nossa vontade, que é uma das consequências do pecado original. Para isso, é necessária uma formação ascética, de modo que nossa vontade possa cooperar melhor com a graça de Deus e não caia constantemente em sua própria fraqueza. São Paulo percebeu uma lei em seus membros que lutava contra a lei de seu espírito e, por isso, exclamou que somente o Senhor poderá libertá-lo dessa divisão interior (cf. Rm 7,23-25).
Para lutar contra a fraqueza de nossa vontade, que tende a ceder às suas más inclinações, o ensinamento das chamadas “duas liberdades” pode ser útil. Acontece que nem sempre há uma má intenção quando não fazemos o que nos propusemos a fazer. No Evangelho de hoje, o Senhor certamente está se referindo mais àqueles que não querem aceitar seus mandamentos.
O ensinamento sobre as “duas liberdades” refere-se ao seguinte: Com nossa “primeira liberdade”, tomamos as decisões corretas; por exemplo, decidimos evitar certas páginas da Internet, porque sabemos que elas põem em risco nossa moral. Como estamos cientes disso, decidimos bloquear esses sites para que não caiamos em tentação. Ao bloqueá-los, estamos ativando nossa “segunda liberdade, que assegura a decisão de nossa “primeira liberdade”.
Esse ensinamento é significativo para nosso caminho espiritual porque, em vista de nossas fraquezas, é necessário tomar medidas correspondentes para que essas fraquezas não triunfem sobre nós, mas que saibamos como combatê-las adequadamente. O castelo interior de nossa alma deve ser protegido e a vida da graça deve ser preservada para que possa se desenvolver em nós!
O homem sábio ouve a voz do Senhor e deposita toda a sua confiança em Deus. Dia após dia, ele se esforça para reconhecer Sua vontade e cumpri-la. Se falhar, ele pede perdão, reconcilia-se com Deus e aprende com seus erros. Após uma derrota, ele não se abate nem desiste de seus esforços espirituais, mas se permite ser levantado por Deus e continua seu caminho. A confiança lhe assegura que Deus o ama infinitamente, que Ele está sempre pronto a sustentá-lo em sua fraqueza e que o apoia em todos os seus esforços para o bem. Portanto, o homem sábio não constrói sobre sua própria força, mas sua força está no Senhor.
Essa confiança na bondade de Deus o sustenta quando as tempestades se abatem sobre sua vida e os inimigos o cercam por todos os lados. O homem sábio construiu a casa de sua vida sobre Deus! E lá ele está seguro!
NOTA: Como hoje é o sétimo dia do mês, que sempre dedicamos de forma especial ao nosso Pai Celestial, gostaríamos de convidá-lo a ouvir os “3 minutos para Abba”, que é um pequeno impulso que publicamos diariamente para aprofundar o relacionamento de confiança com Deus Pai. Você pode encontrá-los nos links a seguir:
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