“Se eu disser: ‘As trevas ao menos vão me envolver e a luz ao meu redor se fará noite’, nem mesmo as trevas são obscuras para ti, e a noite brilha como o dia; para ti as trevas são como a luz.” (Sal 138,11-12).
Não há nada que não possa ser iluminado pela luz de Deus.
“Tudo está consumado. E, reclinando a cabeça, ele entregou o espírito.” (Jo 19,30).
Hoje, juntamente com o Pai Celestial e todos os fiéis, nosso olhar está voltado para a cruz da qual o Filho amado foi pendurado. Ali, na Cruz erguida no Calvário, o poder do mal foi quebrado pelo amor manifesto de Deus.
“Abba, Pai! Tudo é possível, afasta de mim este cálice; todavia, não seja o que eu quero, mas o que tu queres”. (Mc 14,36).
Essas palavras de Jesus foram profundamente marcantes para todos aqueles que aceitaram o sofrimento nas mãos do Pai. Não é fácil reconhecer Seu amor paternal nelas, ainda mais quando se trata de um sofrimento que não causamos a nós mesmos por nossa própria culpa. Uma pessoa pode se encontrar em uma escuridão profunda e somente a fé nua e crua a ajuda a passar por isso: fé no amor do Pai.
O amor de Deus brilha incomparavelmente na Cruz: o amor do Pai, que enviou seu Filho para nos redimir; o amor do Filho por seu Pai e por nós, homens; o amor do Espírito Santo, que revela esse evento de amor mais profundamente para nós e o torna presente em nós.
“Deus me livre de gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”, exclama São Paulo. (Gal 6,14).
“O Senhor Deus chamou o homem e disse: ‘Onde estás? (Gen 3,9)
Essa é a primeira palavra que o Pai dirige ao homem depois que ele caiu em pecado. Ela expressa todo o amor com que ele nos procura.
“Da cruz deste mundo, que causa tanto sofrimento, levantem seus olhos comigo para o Pai” (Palavra interior).
Aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir certamente perceberão que tempos sombrios estão sobre o mundo e também sobre a Igreja. Devido à perda da fé e à falta de orientação clara por parte da Igreja, cada vez menos raios de luz estão brilhando no mundo, que precisa tão urgentemente da luz da Igreja. O pecado e a confusão proliferam. Muitas vezes acontece que o pecado não é mais chamado pelo seu nome e até mesmo uma inversão diabólica de valores pode ocorrer.
“Jesus disse: ‘Pai, é chegada a hora; glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti’.” (Jo 17,1).
A hora de Jesus… É a hora sombria em que Jesus mostra seu amor pelo Pai ao extremo.
É a hora sombria em que Jesus busca o conforto de seus discípulos no jardim do Getsêmani, mas não o encontra. (Mt 26,36-46).
