“O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas.” (Sal 110,4).
Podemos dizer que vivemos em uma época de crescente esquecimento de Deus. Muitas pessoas se lembram Dele apenas de repente; outras não pensam Nele de forma alguma. Como resultado, elas não estarão cientes de tudo o que o Pai Celestial fez por elas em sua vida e do que Ele continua a fazer por elas dia após dia.
“Transborda um poema do meu coração; vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção” (Sal 44,2).
Que notícia pode alegrar mais o coração do que a notícia de que nosso Pai nos ama infinitamente? Que notícia pode ser mais importante para as pessoas do que as Boas Novas do Evangelho? Que notícia na Terra pode fazer o coração transbordar de alegria mais do que viver na verdade e estar a caminho da pátria eterna?
“Seja confiante e calmo! Nada acontece sem a minha vontade, e mesmo o que eu permito que aconteça está sujeito à minha orientação.” (Palavra interior).
Se quisermos aprofundar nosso relacionamento com o Pai Celestial e, assim, crescer em nossa vida espiritual, também precisamos aprender a integrar adequadamente as dificuldades e os obstáculos que surgem em nossa jornada de seguir a Cristo.
“São muitos os projetos no coração humano, mas é a vontade do Senhor que permanece” (Prov 19,21).
Sábio é aquele que não segue simplesmente as inclinações de seu próprio coração, mas examina se elas estão de acordo com os desígnios do Senhor. De fato, Seus desígnios prevalecem. Não raro, nossas fantasias, sonhos e desejos abundantes servem apenas para nos confundir. Eles nos fazem viver em uma ilusão e podem até nos tornar prisioneiros de certas expectativas que, no final, não são cumpridas. Elas deixam um vazio e uma decepção na alma.
“Seja fiel até a morte e eu lhe darei a coroa da vida.” (Ap 2,10).
No Livro do Apocalipse, o Pai nos transmite essas palavras pela boca do Senhor glorificado. Deus quer nos dar a “coroa da vida”, que é uma coroa de vitória. O Senhor quer nos adornar com sua glória e nos tornar participantes de seu triunfo sobre a morte e o inferno. Para isso, precisamos ser fiéis até a morte.
“Assim como os olhos da escrava estão fixos nas mãos de sua senhora, nossos olhos estão fixos no Senhor nosso Deus.” (Sal 122,2).
Como podemos aprender a manter nossos olhos sempre fixos em nosso Pai?
“Viva para mim e eu farei com que sua vida seja proveitosa para muitas pessoas.” (Palavra interior).
A fecundidade de nossa jornada de seguir a Cristo depende menos de nossos próprios esforços do que de nossa união com o Pai. Sem minimizar a importância de nossa própria contribuição, precisamos internalizar repetidamente a hierarquia espiritual da vida. Para nós, homens, isso não é tão fácil de entender, porque em uma sociedade baseada no desempenho, o valor da contemplação dificilmente é reconhecido. Em vez disso, o prestígio adquirido em tal “meritocracia” é medido de acordo com a abundância de realizações, conhecimento, ganhos materiais etc. Muitas vezes somos marcados por esses critérios.