“Pai, chegou a hora” (Jo 17,1).
Pensando nas bodas de Caná, recordamos que, inicialmente, o Senhor disse à sua mãe que a sua hora ainda não tinha chegado (Jo 2,4b). No entanto, por intercessão da Virgem Maria, Ele acabou realizando o milagre da transformação da água em vinho. Assim, Jesus manifestou sua glória, e os seus discípulos acreditaram nele (Jo 2,11).
“Eu te instruirei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; eu te instruirei, tendo fixos sobre ti os meu olhos” (Sal 31,8).
As palavras do salmo “Fixarei os meus olhos em ti” são muito diferentes da famosa frase “O Grande Irmão está observando você”, do romance futurista de George Orwell. O livro retrata um Estado totalitário que vigia e controla os movimentos de seus cidadãos, imitando satanicamente o olhar de Deus e representando uma perversão desse olhar.
“Foi para isso que o Filho de Deus se manifestou, a fim de destruir as obras do demônio” (1 Jo 3,8).
Uma das obras mais nefastas dos anjos caídos é deturpar a imagem de Deus, nosso Pai. Já no Paraíso, a serpente questionou as boas intenções de Deus:
“Vim para trazer a paz com esta ‘obra de amor’: se alguém me honra e confia em mim, farei descer sobre ele um raio de paz” (mensagem do Pai à Irmã Eugênia Ravasio).
A paz sempre foi e continuará sendo um tema fundamental. Ela afeta todas as áreas da vida humana: a vida interior, a vida comunitária e a vida das nações.
“Minha existência permanece oculta para mim até que Vós, ó Deus, olhais para mim, e minha escuridão se torne tão clara quanto o meio-dia.” (Santo Agostinho).
O olhar amoroso de nosso Pai está sempre sobre nós. É o olhar de seu amor inesgotável, que o levou a nos criar e redimir, e com o qual ele deseja nos santificar. Quando aceitamos esse olhar, conforme descreve Santo Agostinho, a luz do Pai penetra em nossa escuridão e tudo fica claro. As sombras devem ceder quando a luz penetra em nós.
“Quando o homem se justifica, Deus o acusa. Quando o homem se acusa, Deus o justifica.” (São Francisco de Sales).
“O Senhor assegura os passos do homem, Ele se deleita em seus caminhos; se ele tropeçar, não cairá, pois o Senhor o segura pela mão.” (Sal 36,23-24).
