“Não temam nada nem ninguém, pois eu sou o vosso Pai”. (Palavra interior).
Encontramos essa exortação repetidas vezes, tanto nas Escrituras quanto na Mensagem do Pai. É como se nosso Pai quisesse que essas palavras penetrassem nas profundezas de nossas almas, onde vários medos ainda podem se esconder, querendo restringir nossas vidas e tirar nossa liberdade. E a razão que ele nos dá para não temer é tão simples quanto profunda: “Eu sou seu Pai”.
Em sua Mensagem à Madre Eugênia, o Pai expressa um profundo desejo seu:
“Deixem Meus sacerdotes irem destemidamente a todos os lugares, a todas as nações, levando aos homens a chama do Meu amor paternal. Então as almas serão iluminadas e conquistadas, não apenas entre os descrentes, mas também entre todas as seitas que não fazem parte da verdadeira Igreja. Sim, que esses homens, que também são Meus filhos, vejam essa chama brilhar diante deles; que eles conheçam a verdade, a aceitem e pratiquem todas as virtudes cristãs.”
Refletimos sobre a virtude da fortaleza no contexto das leituras do livro dos Macabeus, aqueles homens e mulheres corajosos do povo de Israel. Também observei que precisamos dessa virtude para nosso testemunho cristão no mundo, que, em um caso extremo, pode chegar ao martírio. Podemos nos treinar na virtude da fortaleza e não devemos desanimar se formos naturalmente temerosos. A história da noviça Blanche de la Force (narrada no romance de Gertud von Le Fort, “Last on the Scaffold”) pode encorajar essas almas medrosas, mostrando-lhes que elas também podem ser capazes de atos heroicos.
Se quisermos aprofundar nosso relacionamento com o Pai Celestial, é importante reservar um tempo para ficar a sós com Ele. Poderíamos listar muitos frutos que resultam dessa intimidade. No entanto, há um motivo que pode ser nossa principal motivação para buscar e cultivar esse diálogo silencioso com nosso Pai. Ele mesmo menciona isso:
“Ninguém pode imaginar a alegria que sinto quando estou sozinho com uma alma!”
Mt 25,31-46
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
Embora nosso Pai saiba de antemão o que precisamos, Ele quer que peçamos a Ele. É exatamente essa oração de petição que nos leva ao relacionamento correto com Deus: por um lado, porque nos conscientizamos de quem é o nosso interlocutor; e, por outro lado, porque adotamos a atitude correta em relação a Ele, ou seja, uma atitude de confiança, sabendo que dependemos de Deus e acreditando firmemente que Ele nos ouvirá.
A fortaleza – que é considerada uma das quatro virtudes cardeais – faz parte do equipamento básico de um soldado. Se ele não for corajoso, não poderá contar com ele nas batalhas mais difíceis, pois o medo se apoderará dele e a situação se tornará perigosa para todos os seus companheiros.
É fácil chegar a essa conclusão quando pensamos em guerra física. Mas a guerra física é um reflexo do combate espiritual em que nos encontramos. No capítulo 6 da carta aos Efésios, Paulo nos faz entender que nossa luta é contra “os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso e os espíritos do mal que estão nos ares” (v. 12).
