«Viva em intimidade comigo, ame-me e ouça-me, e então tudo ficará bem» (Palavra interior).
Deus repetirá este terno convite ao nosso coração. É a Sua forma de permanecer unido a nós durante a nossa vida terrena, ajudando-nos a cumprir a nossa missão neste mundo e conduzindo-nos em segurança até ao nosso objetivo. A relação íntima com o nosso Pai torna-se algo natural, muito para além do que pode ser a relação com a pessoa mais próxima a nível humano.
Para nós, é saber que somos conhecidos pelo nosso Pai. Não há nada que tenhamos de esconder d’Ele; nunca devemos temer que Ele não nos compreenda, nem pensar que algo d’Ele possa lançar uma sombra sobre a nossa alma, porque “Deus é luz e nele não há trevas nenhumas” (1Jo 1, 5b).
Da parte do nosso Pai, trata-se de um esforço constante para nos revelar o seu ser e o seu amor, de modo a que essa relação íntima possa surgir, crescer e amadurecer. A afirmação básica do amor de Deus por nós ficou selada quando Ele nos chamou à existência e assumiu a responsabilidade de cuidar continuamente da nossa vida, tanto natural como sobrenatural. Da nossa parte, é necessário um “sim” a Ele.
Além de guardar os seus mandamentos, devemos dedicar tempo ao diálogo com o nosso Pai, permanecendo simplesmente na sua presença e absorvendo-a. É aqui que podemos confiar-Lhe tudo o que temos no coração e, assim, também Lhe damos uma mostra do nosso amor, que o nosso Pai compreende muito bem.
De todas estas orientações deriva a escuta atenta a Deus. Não se trata de uma preocupação angustiada com a possibilidade de termos feito mal isto ou aquilo, pois isso provocaria um distanciamento do nosso Pai. Pelo contrário, a escuta amorosa pode ser acompanhada de serenidade e alegria ao constatarmos como Deus, todo-poderoso e cheio de amor, cuida dos nossos pequenos erros e trapalhices, corrigindo-os com ternura. Podemos imaginá-lo como um pai que observa, sorrindo, a sua filha pequena, ainda um pouco desajeitada, e que basta um olhar seu para ela entender o que ele quer dizer.
Não há dúvida de que, ao empreendermos este caminho, colheremos bons frutos. De facto, tudo o que está no plano de Deus dará certo.