“Para os justos não há morte, mas páscoa” (Santo Atanásio).
Seria bom se compreendêssemos melhor esta realidade dia após dia! De fato, é assim: se centramos a nossa vida no nosso Pai Celestial e O servimos com sinceridade, a morte será o regresso à casa do nosso Pai, que nos aguarda. E cada dia que passa na nossa vida terrena nos aproxima da eternidade.
“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” exclamamos na Páscoa ao celebrarmos a vitória do nosso Senhor. Santo Atanásio, que prestou serviços tão grandes à Igreja e desempenhou um papel decisivo na superação da heresia do arianismo, encanta-nos com outra frase que proclama a vitória de Jesus: “O Cristo ressuscitado transforma a vida dos homens numa celebração ininterrupta da fé”.
Assim, segundo as palavras do santo, a nossa morte é um trânsito, um regresso a casa, para o qual toda a nossa vida deve ser orientada. Esta certeza não nos torna de modo algum indiferentes à vida terrena, mas sim muito vigilantes, pois temos de cumprir a tarefa que nos foi designada. Como poderíamos cumpri-la melhor do que com os olhos fixos no Pai, que nos concede todas as graças necessárias para tal? Ouçamos o que São Paulo diz: “Prossigo para a meta, correndo pelo prémio para o qual Deus me chama do alto em Cristo Jesus” (Fp 3,13c-14).
Quanto mais nos concentrarmos na eternidade e na presença de Deus, mais perderemos o medo do nosso último inimigo: a morte. Podemos até alegrar-nos com a perspectiva da morte, que se torna um trânsito para nós, sem perder a vigilância para cumprir a nossa missão na Terra.