“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22,37).
Todos nós conhecemos esse mandamento (Dt 6,5), que Jesus nos lembra mais uma vez no Evangelho. É o primeiro e mais importante de todos os mandamentos. Quando o cumprimos, ele nos dá forças para cumprir também o segundo mandamento, de amar o próximo como a nós mesmos, pois começamos a vê-lo como um filho amado de Deus.
Como podemos amar o Senhor com toda a nossa mente, correspondendo assim ao amor do Pai por nós, que nunca deixa de pensar em nós? Será que nossa natureza dispersa não atrapalha inevitavelmente? Até mesmo um São Paulo confessou que sentia uma lei em seus membros que lutava contra a lei de seu espírito (Rm 7,23).
Em primeiro lugar, devemos ter em mente que esse é um convite de amor, porque, no fim das contas, todo esse mandamento é uma questão de amor. Além disso, devemos considerar que nosso Pai nunca pedirá ou exigirá de nós algo que seria impossível de cumprir.
Portanto, deve haver uma maneira de amar a Deus com toda a nossa mente….
Vamos analisar um amor forte em nível humano. Quando você está apaixonado, não é verdade que você pensa constantemente na outra pessoa e cumpre seus deveres o mais rápido possível para ter todo o tempo possível para sua amada? Não é verdade também que você está pronto para deixar muitos hábitos para trás a fim de se adaptar à sua amada? E todos os pensamentos não giram em torno dela ou dele, de modo que todo o resto fica em segundo plano? Se for amor verdadeiro, ele não leva a uma união cada vez mais profunda dos corações, de modo que, com o passar do tempo, o relacionamento íntimo e o pensamento sobre a outra pessoa se tornam cada vez mais naturais? E se você tiver que se separar fisicamente por um tempo, você não mantém contato ou até mesmo coloca uma foto para se lembrar dele ou dela para sempre?
Vemos, então, que o verdadeiro amor humano reflete a forma de amor com a qual o Pai nos pede para amá-Lo. E se isso é possível em um nível humano, deveria ser ainda mais com Deus, que é a fonte do amor, mesmo que nossos olhos físicos não possam vê-lo.
Voltaremos a esse assunto…