O ataque contra a Igreja
Tudo o que ouvimos nas meditações anteriores sobre o Anticristo nos mostra claramente o grande perigo que o espírito anticristão representa para a humanidade. É a mais tenaz e talvez também a última tentativa do Diabo de expandir o seu domínio sobre todo o globo terrestre, de subjugá-lo e, se possível, de induzir a humanidade a adorá-lo.
“Foste tu que formaste meus rins, e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te dou graças, pois fui plasmado de modo maravilhoso” (Sal 138,13-14).
Podemos expressar com um coração livre e em uma só voz com o salmista essa ação de graças a Deus? Deveríamos ser capazes, porque nosso Pai dedicou todo o seu amor à criação do homem, e isso vale para cada um de nós.
O Espírito de Discernimento e o Anticristo
Retomemos hoje o tema do Anticristo, ao qual dedicaremos um total de três meditações. Na última delas, daremos algumas diretrizes concretas para lidarmos com a ameaça que emana do Anticristo e de seus lacaios.
Como mencionei na meditação de ontem, existem passagens contundentes nas Escrituras que falam do Anticristo.
“A palavra não está ainda na minha língua, e eis, Senhor, já sabes tudo.” (Sal 138,4)
Desde o momento em que os pensamentos surgem dentro de nós até o momento em que os expressamos em palavras, ainda há uma maneira de restringi-los, de modo que não saia de nossos lábios nenhuma palavra que desagrade a nosso Pai.
Também faz parte de nossa jornada quaresmal olhar cuidadosamente os tempos difíceis em que nos encontramos, que – como tenho dito repetidamente – considero de caráter apocalíptico. Embora não devamos nos sentir intimidados por sua ameaça, tampouco podemos fechar os olhos para os acontecimentos que estão se desenrolando ao nosso redor.
“De longe penetras meus pensamentos” (Sal 138,2b).
A onisciência amorosa de nosso Pai não é apenas uma certeza reconfortante para nós; ela se torna uma lição espiritual para nós, se permitirmos que suas palavras nos penetrem profundamente.
Hoje voltamos ao tema da oração, desta vez a partir de uma outra perspectiva. Sem dúvida a oração serve, antes de tudo, para glorificar o Senhor e para que a alma seja inserida e permaneça em um “grande diálogo” com Ele.
Na oração litúrgica participamos das preces da Esposa (a Igreja) ao seu Esposo junto com todos os fiéis. O ponto culminante da oração litúrgica na Santa Missa é a nossa união ao sacrifício de Nosso Senhor na Cruz. Esta hierarquia deve ser sempre preservada e cultivada na vida de oração.