Hoje, sendo o último dia do mês de outubro, concluiremos a série sobre a vida espiritual, que tinha o objetivo de nos dar uma perspectiva sobre o que fomenta o caminho do seguimento de Cristo e o torna fecundo. Antes de retomarmos nossas meditações bíblicas habituais amanhã, a meditação de hoje – a última desta série sobre espiritualidade – nos apontará para uma condição básica que devemos cumprir se quisermos crescer espiritualmente.
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Purificação passiva
Mesmo se colocarmos toda nossa vontade em levar a cabo a purificação ativa dentro de nós, não conseguiremos refrear e superar tudo o que nos impede de corresponder plenamente ao amor do Senhor. Há atitudes e apegos que estão muito enraizados, e muitas vezes nem temos consciência deles… É por isso que o Senhor vem em nosso auxílio por meio de outro processo, que vai além do que nossos próprios esforços na purificação ativa poderiam nos levar: é a chamada “purificação passiva”.
Purificação ativa
Na tradição mística clássica, o caminho de seguimento é geralmente descrito em três “vias”: a via da purificação, a via da iluminação e a via da união.
Ao ter experimentado uma conversão séria, ao esforçar-se para adquirir as virtudes e ao assumir conscientemente a luta contra nossos três inimigos – o mundo, o demônio e a carne – o Senhor inicia em nós o processo de purificação interior. Trata-se de nossos apegos a nossas paixões, bem como a nossas próprias idéias, ilusões, desejos, etc.
A luta contra o demônio (Parte II)
“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé” (1Pe 5,8-9).
A comparação com um leão que ruge deixa claro que no combate espiritual enfrentamos um inimigo terrível. Ele está pronto para tudo espreita sua vítima cuidadosa e agressivamente. Para piorar a situação, este oponente não obedece de forma alguma às “regras de cavalheirismo”. Ele não conhece compaixão e nunca será indulgente com sua vítima – o Diabo é maligno até a medula! Suas intenções são a destruição e a conquista do poder para si mesmo. A fim de atingir seu objetivo, ele utilizará todos os meios à sua disposição. Se fosse possível, ele exerceria seu domínio despótico sobre toda a terra sem limites… Mas um mais forte veio e o prendeu (cf. Mc 3,27).
A luta contra o demônio (Parte I)
Nas meditações dos últimos dias, primeiro falamos do inimigo que habita em nós – ou seja, nossa carne – que, por causa de nossa natureza caída com suas más inclinações, quer nos afastar do caminho do Senhor, ou pelo menos nos dificultar mais percorrê-lo. Depois também falamos sobre o segundo inimigo de nossa alma – o mundo – que também quer nos afastar do caminho espiritual com suas seduções e atrações. Agora temos que considerar mais um inimigo.
A luta contra o mundo
Outro inimigo que pode nos afastar muito do caminho do Senhor é o mundo. Se o mundo não é permeado pelo espírito cristão, ou seja, se não foi transformado e fermentado pelo “fermento do evangelho” (Mt 13,33), então sua direção é hostil a Deus e, consequentemente, será uma ameaça à nossa vida espiritual. O difícil sobre este inimigo é que se tem pouca percepção de sua influência constante. Em contraste, os ataques do diabo e as tentações que vêm de nossa carne podem ser identificados mais claramente.
A luta contra a carne
No contexto desta série sobre a vida espiritual, também é necessário falar sobre os “3 inimigos da alma”, que nos impedem de seguir Cristo e contra os quais devemos lutar conscientemente.
No início desta série, falamos sobre as virtudes, enfatizando a importância de adquiri-las. De fato, elas constituem um antídoto poderoso contra todos os ataques inimigos, mas especialmente contra as inclinações de nossa carne e a tendência de nos entregarmos de forma desordenada a suas paixões.