Meditações sobre o Espírito Santo (8/14): A PAZ

Querido Espírito Santo, um de vossos frutos maravilhosos é a paz. É uma paz que o mundo não pode dar (cf. Jo 14,27), mas também não pode roubar. Portanto, é uma paz diferente da paz que conhecemos normalmente: é uma paz que permanece.

O mundo fala tanto de paz, mas não consegue encontrá-la! Há guerras em toda parte e a paz que se alcança é muitas vezes frágil e instável. De fato, de onde virá uma paz verdadeira? Com toda nossa boa vontade, não conseguiremos obter por nós mesmos aquela dimensão de paz que Jesus promete:

“Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!”  (Jo 14,27)

A paz não é apenas a ausência de guerra, embora isso seja bem desejável para o mundo. A paz verdadeira vai mais além: é a coerência da nossa vida com a verdade do ser, e é daí que lhe vem a sua força criadora.

Ao refletirmos sobre isso, ó Espírito Santo, levantam-se questionamentos mais profundos e inevitáveis… De fato, a paz deve começar por nós!

De onde, então, vem a paz?

O irmão Nicolas, um santo suíço, nos diz: “Somente em Deus há paz!”

A paz, portanto, brota do relacionamento com Deus, quando toda a nossa vida está ordenada Nele. Espírito Santo, se nós vos dermos a possibilidade de pôr de lado tudo aquilo que nos impede de alcançar a paz, então esta paz amadurecerá como fruto vosso. Primeiramente, superará a guerra interior que vem de nossas paixões desordenadas, a guerra contra a nossa razão, quando fazemos aquilo que na realidade sabemos que não deveríamos fazer… O fruto da paz também operará contra as nossas más atitudes: na teimosia em sempre querermos ter razão, no orgulho, na vaidade, etc. Abrirá os nossos olhos para enxergarmos a realidade em sua totalidade, de modo que nosso próprio “eu” passe para segundo plano diante do que é mais importante.

Mas o que está sendo dito aqui com relação a nós mesmos também vale para o mundo. Se não fecharmos os olhos, iremos perceber que existem tantas áreas no mundo que estão em guerra, há tanta violência que nem sempre é visível, mas que está presente de forma terrível.

Como podemos alcançar a paz enquanto a vida de crianças inocentes no ventre materno não for respeitada, mas destruída? Como podemos alcançar a paz enquanto as pessoas não conhecem a fonte da paz? Como podemos encontrar a paz enquanto a verdade não é reconhecida e não é tomada como critério?

Assim, ó Espírito Santo, vejo que há somente uma maneira de encontrar a verdadeira e profunda paz: temos que Vos conhecer mais profundamente; Vós que sois a fonte da paz. Em Vós podemos ser verdadeiros pacificadores!

Deveríamos falar sobre Vós a todas as pessoas e, à vossa luz, dar testemunho da bondade de nosso Pai Celestial. A verdadeira paz virá quando os homens conhecerem o Pai da forma como Ele realmente é. Quando isso acontecer e os homens não fecharem seus corações, quem se atreverá a fazer guerra contra seus irmãos?

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