Jerusalém

Sal 121, 1–2.4–9  

Que alegria quando me vieram dizer:  

“Vamos subir à casa do Senhor…”.   

Eis que nossos pés se estacam diante de tuas portas,   

ó Jerusalém!  

 

Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,  

segundo a Lei de Israel, para celebrar o nome do Senhor.   

Lá se acham os tronos de justiça,   

os assentos da casa de Davi.   

  

Pedi, vós todos, a paz para Jerusalém,   

e vivam em segurança os que te amam.   

Reine a paz em teus muros,  

e a tranquilidade em teus palácios.   

  

Por amor de meus irmãos e de meus amigos,   

pedirei a paz para ti.   

Por amor da casa do Senhor, nosso Deus,   

pedirei para ti a felicidade.  

 

Quando ouvimos ainda hoje a palavra “Jerusalém”, algo se desperta em nossos corações. Esta é a experiência de muitos crentes, e muitas pessoas que vão em peregrinação a Jerusalém constatam que, como diz o salmo, “os que te amam vivem em segurança”. Sentem-se espiritualmente em casa na Cidade do Senhor. 

Jerusalém é chamada a “Cidade Santa”, a “Cidade do Grande Rei”, a “Cidade de Deus”… Mas a Sagrada Escritura não fala somente da Jerusalém terrestre, mas também da Nova Jerusalém que desce do céu como uma Noiva adornada para seu Esposo (Ap 21,2).  

Sem dúvida Deus escolheu esta Cidade de maneira especial, e aqueles que conhecem e amam Seu Filho Jesus estão cientes do quanto Ele mesmo a amava:  

“Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: “Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!… Mas não, isso está oculto aos teus olhos.” (Lc 19,41-42) 

Mas ao invés de ser reconhecido como Aquele que traz a verdadeira paz, Jesus teve que, com profunda tristeza, exclamar as seguintes palavras: 

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne seus pintinhos debaixo de suas asas… e tu não quiseste!” (Mt 23,37). 

Não obstante, o Senhor não rejeitou Jerusalém, ainda que muitos castigos recaíram sobre ela… Nela Jesus ergueu o sinal da salvação. Nela se encontra o local de sua Cruz redentora, nela se encontra a Tumba do Ressuscitado, nela o seu Espírito desceu sobre os discípulos e tornou-os testemunhas destemidas. E é nela aonde o Senhor voltará no final dos tempos. 

Apesar do Templo ter sido destruído conforme a previsão de Jesus, sua promessa de que seria reconstruído em três dias foi cumprida. “Mas ele falava do Templo do seu corpo”. (Jo 2:21) 

Deus permanece fiel à sua Cidade, ainda que seu amado Filho tenha sido desprezado e crucificado nela. Ele a escolheu, e se sua cidade lhe é infiel, Ele permanece fiel (cf. 2 Tim 2,13). Nada pode abalar seu amor. E se este amor é rejeitado Ele responde abrindo seu coração ainda mais. 

É por isso que, até hoje, podemos exclamar com o salmista: 

“Que alegria quando me vieram dizer:  

Vamos subir à casa do Senhor!” 

Como somos o Povo da Nova Aliança devemos prestar atenção ao que diz o salmo, pois continua sendo válido para nós – ademais, podemos entender a razão por trás disso e a resposta que a maioria dos habitantes de Jerusalém e do mundo ainda não conhecem. 

Se queremos dizer à Jerusalém: “A paz esteja contigo”, devemos ter em mente que foi o próprio Senhor quem nos disse que Ele traria a verdadeira paz à sua Cidade Santa e ao mundo inteiro: “Se tu também souberas neste dia o que te leva à paz.” 

Somente Jesus – e portanto o próprio Deus – traz a verdadeira paz. Esta é a mensagem que o Senhor nos confiou a nós cristãos. As pessoas somente podem alcançar a verdadeira paz quando são convertidas a Cristo e vivem de acordo com o Evangelho. É isto o que o Senhor nos revela, e suas palavras vão muito além de nossas considerações humanas em prol da paz. 

Esta é a mensagem de salvação para todos os homens, inclusive aqueles que pertencem a outras religiões, como os judeus e muçulmanos que vivem em Jerusalém. Esta é a mensagem eterna! 

Se exclamamos a Jerusalém junto com o salmista: “Pela casa do Senhor nosso Deus, desejo a todos vós o bem”, devemos saber que o verdadeiro bem e a verdadeira alegria consistem em reconhecer e seguir o Filho de Deus. 

Se temos a graça de ir em peregrinação a Jerusalém e visitar os lugares que Nosso Senhor santificou para sempre, não devemos esquecer que o Pai enviou o seu Filho para a redenção do mundo inteiro. Se queremos ser pacificadores autênticos, devemos rezar pela conversão dos homens a Jesus Cristo, para que a verdadeira paz venha através Dele. 

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